Usina de reciclagem de plástico: Estrutura, Investimento e Legalização

No Brasil, a reciclagem é uma atividade com muita força, dependendo do que se pretende aproveitar.

As usinas de transformação de restos de plástico, por exemplo, são uma fonte de renda tanto para os catadores quanto para os empresários. Por que não então montar uma usina de reciclagem de plástico?

Reciclagem é um termo muito usado ultimamente, porque o meio ambiente virou o assunto principal das preocupações do homem.

Essa palavra quer dizer que é possível obter materiais vindos de restos de outros que simplesmente iam parar no lixo e ficar ali durante anos e anos sem a menor função.

Aproveitar o momento tão favorável a esse tipo de atividade é uma maneira inteligente de ganhar dinheiro.

Mercado de usinas de reciclagem de plástico

O ramo de reciclagem tem diversas faces positivas: a primeira é que é uma atividade que aproveita o plástico que ficaria na natureza, afetando todo o ecossistema e prejudicando o equilíbrio natural e trazendo consequências trágicas ao homem.

Um segundo ponto considerável é que gera muito emprego. Em um país como o nosso, o único emprego para muitas famílias é esse: o de catador.

Por conta dessa realidade, uma usina pode ser fonte de emprego para grupos sociais de baixa renda, que não possuem escolaridade suficiente para exercer determinadas profissões e que só têm essa possibilidade de trabalho.

Outra qualidade desse tipo de negócio é que ele ainda disponibiliza material para outras fábricas com menor preço e boa qualidade.

Clientes da usina

A usina de reciclagem de plástico é uma produtora de material para outras fábricas. Essas é que vão produzir mercadorias que são vistas por aí e que estão na nossa casa.

Por isso, o empreendedor deve ter um olhar atento para conseguir identificar onde ainda não há indústrias sendo atendidas por uma empresa que atue com reaproveitamento desse material.

Localização da usina de reciclagem de plástico

A usina de reciclagem de plástico precisa estar em um local de fácil acesso, bem perto dos catadores que entregam os materiais, pois eles serão os grandes fornecedores.

Colocá-la distante deles resultaria em mais custos. Além disso, ela também deve estar próxima de seus clientes, que são outras fábricas ou indústrias que compram o material reciclado para servir de base para suas produções.

Por ser uma atividade industrial, é preciso conferir com o governo municipal se o local escolhido pode abrigar uma usina, pois de acordo com os planejamentos urbanos das cidades, há bairros que não podem receber esse tipo de setor.

Ainda na prefeitura, confira a planta original do imóvel, veja se não houve modificações e se elas aconteceram, verifique se as alterações foram comunicadas ao governo. Veja também se os impostos estão em dia.

A rua escolhida deve ser asfaltada, pois lama ou inundações em dia de chuva só atrapalham os fornecedores chegarem ao local, os trabalhadores da usina, as entregas a serem feitas, enfim, todo o processo produtivo.

Estrutura e equipamentos

A usina de reciclagem de plástico deve funcionar em um grande galpão dividido em escritório e área industrial.

Na primeira parte funcionará a área administrativa, onde o empreendedor ficará para poder atender os clientes, tratar de toda a administração do negócio e finanças.

É interessante ter nesse espaço uma amostra do produto que é vendido para que os clientes possam ter contato no conforto da recepção e não precisem ir à parte produtiva.

Já essa, deve abrigar todo o maquinário necessário, como separador de resíduos, carrinhos, trituradora, extrusora, prensas hidráulicas ou mecânicas que vão modelar o plástico, balança e caminhão para transportar o produto aos clientes.

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Diversos tipos de plástico: defina o que será melhor para o seu negócio

Há basicamente três tipos de plástico que são bastante reutilizados no Brasil: o filme, o rígido e um subtipo dele, o PET. O primeiro é usado em sacos de lixo e alimentos para microondas, é aquele bem fininho.

O reaproveitamento dele acontece da seguinte forma: ele é separado do lixo, vai para o aglutinador onde é esquentado e ali mesmo torna-se uma massa bem parecida com farinha. Em seguida, recebe água e a temperatura cai, modificando sua estrutura. Nessa fase, ele se transforma em grãos.

Depois disso, desce em um funil da máquina que funde o material e ele é transformado em tiras, sendo então resfriado cortado em “pellets”. São vendidos assim para outras fábricas.

O plástico rígido é usado em diversos produtos: produtos de limpeza, de alimentos, calçados, baldes e eletrodomésticos.

Há uma subdivisão em sete só que, geralmente, são incompatíveis entre si e a mistura deles resulta em materiais que não servem para serem reutilizados, mas o PET é o mais conhecido e mais bem aproveitado de todos.

Ele é então separado, armazenado e moído, em seguida é lavado. Já seco, vai para um aglutinador que o esquenta e o material se transforma em uma pasta plástica. Em seguida, joga-se água para ocorrer o resfriamento e agora ele está em grãos.

Para ser fundido e homogeneizado, entra na extrusora, de onde é cortado em tiras (spaghetti), ques são derretidas, resfriadas e transformadas em pellets.

É desse jeito que o plástico é vendido para outras indústrias e essas misturam-no com resina virgem para criar novas embalagens e utensílios.

O PET: veja especificidades

Algumas usinas trabalham somente com a reciclagem de garrafas PET, porque ele dá mais rendimentos que os outros.

O PET pode ser tratado quimicamente, em que o produto resultante é matéria-prima para fabricar resinas; energeticamente, em que o PET é aproveitado em caldeiras e geração de energia e mecanicamente, que é a mais usada no Brasil, em que as garrafas são coletadas, enviadas às usinas de reciclagem, separadas de acordo com a cor e moídas.

O produto disso pode virar vassouras, enchimentos de travesseiro, embalagens e fios de costura.

Dicas de negócio

Quem vai abrir um negócio deve estar completamente informado a respeito do mercado onde deseja atuar.

Por conta disso, nunca é demais ir a eventos, feiras e frequentar tudo o que for relacionado à reciclagem de plástico e isso inclui palestras sobre meio ambiente, desenvolvimento sustentável e responsabilidade social.

Uma dica para os futuros usineiros, é usar esse último termo a favor do negócio próprio, que é ser responsável por aquela realidade social ali presente.

As empresas e fábricas não são ilhas isoladas do resto da comunidade e quando o assunto é reciclagem de plástico o cenário fica ainda mais sério por conta de uma realidade que o país tem.

São muitas cooperativas de catadores, são inúmeras famílias que dependem diretamente da renda obtida por meio da coleta do material.

Por conta disso, o dono do negócio não pode negar isso e deve também estabelecer relações com esses trabalhadores, de maneira responsável.

Por exemplo, verificar o que falta neles e que poderia ser oferecido a todos, até mesmo para o serviço ser melhorado, como por exemplo, alfabetização, orientações sobre saúde e muitos outros detalhes que podem ser identificados no dia a dia, conhecendo mais a fundo esses fornecedores.

Além disso, também é possível usar essa responsabilidade social como  marketing.

Ficou interessado em ter uma usina de reciclagem de plástico? Conte para a gente!